NRPBELLATRIX

 

As Lanchas de Fiscalização Pequenas, designadas por LFP’s, constituíram a classe de navios cuja História se ligou de forma mais estreita à própria História da Reserva Naval.

Salvo excepções ocasionais, o seu comando foi entregue a oficiais RN desde a primeira hora, exactamente em 1961, quando estes navios chegaram aos territórios de África para o cumprimento de missões de patrulhamento de rios, sua principal tarefa operacional.

Deu nome à primeira classe destes navios, a LFP “BELLATRIX”, enviada para a Guiné, na dependência da respectiva Defesa Marítima, sendo seu primeiro comandante o então 2.º TEN RN Fernando Manuel da Silva Ferreira, oriundo do 3.º CEORN.

Construída nos estaleiros Bayerische Schiffbaugesellschaft mbH, em Erlenbach/Main, na Alemanha, foi incorporada no efectivo dos navios da Armada em 29-5-1961.

 

 

 
A operação de embarque, na Alemanha, das LFP's "Bellatrix" e "Canopus"

 

Manteve intensa actividade operacional, participando em dezenas de operações, entre os anos de 1961 e o dia 7-9-1974, data em que foi abatida e deixada em Bissau.

A esta classe, a mais numerosa das classes de navios da Armada, com 13 Unidades, pertenceram também as LFP’s “Canopus”, “Deneb”, “Espiga”, “Fomalhaut”, “Pollux”, “Rigel”, “Altair”, “Arcturus”, “Aldebaran”, “Procion”, “Sirius” e “Vega”.

Apenas com algumas pequenas alterações entre si, resultantes da necessidade de as adaptar aos cenários de operações em que actuavam, estes navios tinham as seguintes características:

Características:
 
Deslocamento máximo 40.00 toneladas
Deslocamento standard 35.20 toneladas
Comprimento fora a fora  20.72 metros
Boca     5.05  metros
Pontal 3.10  metros
Altura do mastro 6.60  metros
Calado máximo  1.81 metros
Velocidade máxima  15.1 nós
Autonomia à vel. de cruzeiro 500 milhas 
 
Armamento:
 
1 peça "Oerlikon" de 20 mm
Diverso armamento ligeiro

Nas Unidades estacionadas na Guiné foi instalado um lançador de foguetes de 37 mm dispondo ainda de 2 metralhadoras MG 42 de 7,62 mm

 
Equipamento:
 
1 Radar DECCA 303 auxiliar de navegação
1 Transreceptor PYE SWORDFISH II
1 Sonda FERROGRAPH OFFSHORE
 
Máquinas propulsoras:
 
2 Motores Diesel CUMMINS
 
Lotação:
 
7 homens (1 oficial, 1 sargentos e 5 praças)
 
 
 

À esquerda, a LFP "Bellatrix" efectua provas de mar antes de ser entregue à Marinha e, à direita, atracada em Bissau, em 1968, sendo visível o lançador de foguetes de 37 mm.

 
Este navio foi sucessivamente comandado pelos seguintes oficiais da Reserva Naval:
 

2º TEN RN
Fernando Manuel da Silva Ferreira - 3º CEORN
2º TEN RN
Rui George Osório de Barros
4º CEORN
2º TEN RN
António Simas de Oliveira
Vera Cruz - 6º CEORN
2º TEN RN
Manuel Henriques Vieira de Sousa Torres - 8º CEORN
       
2º TEN RN
Raúl Jorge Ramos de Lima
10º CFORN
2º TEN RN
José Luís Ferreira da Silva
Dias - 14º CFORN
2º TEN RN
José Manuel Garcia da Costa Bual - 14º CFORN

2º TEN RN
António José Fonseca Prezado Alves - 15º CFORN

       
   
  2º TEN RN
Fernando Manuel Correia dos Santos - 18º CFORN
2º TEN RN
José Manuel Miranda Themudo Barata - 21º CFORN
 
       
 

 

M 402

NRPRIBEIRA GRANDE

 

O Draga Minas Costeiro “Ribeira Grande “ está na memória dos cadetes da Reserva Naval por lhes ter proporcionado o primeiro contacto com o Mar em curtas viagens de instrução, durante o período inicial na Escola Naval.

O seu comando era atribuído a um 1.º tenente, recaindo a nomeação, por norma, no oficial instrutor da cadeira de Marinharia.

Muitos RN’s navegaram neste navio, largando à 6.ª Feira e regressando ao Domingo, percorrendo a costa até Portimão ou em visita ao porto de Setúbal.

Pertenceu este navio à classe “S. Roque”, de que faziam ainda parte os DM “Lagoa” e “Rosário”.

Construído nos estaleiros da CUF, em Lisboa, foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada em 7-2-1957.

Tomou parte em diversos exercícios navais, tendo visitado portos Espanhóis e Franceses e estacionando ainda na Madeira e nos Açores.

Foi o último Draga Minas da Esquadra, sendo em 30-11-1992 reclassificado como Navio Auxiliar, através da portaria n.º 321/92 de 12 de Outubro, ostentando desde essa data o nº de amura A 5207.

 
Características:
 
Deslocamento máximo 451.9 toneladas
Comprimento fora a fora  46.63 metros
Boca     8.76 metros
Calado máximo  3.14 metros
Velocidade máxima  14.7 nós
Velocidade de cruzeiro 8.0 nós
Autonomia à vel. de cruzeiro 3.900 milhas 
 
Armamento:
 
2 peças "Oerlikon" de 20 mm  
 
Lotação:
 
47 homens (4 oficiais, 6 sargentos e 37 praças) 

 


 

F 334

NRPCORTE REAL

 

As Fragatas Corte Real (F 334) e Pero Escobar (F 335) e os Contratorpedeiros Lima (D 333), Vouga (D 334), Dão (D 331) e Tejo (D 335) foram  os navios que receberam a bordo, já com a patente de Aspirante, os primeiros oficiais da História  da Reserva Naval.

Destacados conforme se assinala em cada um destes navios, os aspirantes do 1.º CEORN unem o seu passado à História destes navios, símbolos de uma Marinha operacional que proporcionou o primeiro contacto responsável, com o Mar, deste curso de 20 elementos incorporados em 1958.

A Fragata Corte Real (F 334) foi cedida a Portugal, juntamente com a Fragata Diogo Cão, pelos Estados Unidos da América, ao abrigo do Acordo de Defesa e Assistência Mútua.

O navio era a ex - fragata americana USS «Mc Coy Reynolds»,  lançada à água em 22-2-1944.

A cerimónia de entrega a Portugal teve lugar na Baía de S. Francisco, a 7 de Fevereiro de 1957. Era chefe desta Missão de recepção o Comodoro Manoel Maria Sarmento Rodrigues e, já com a Bandeira Portuguesa, foi seu primeiro Comandante o CFR Júlio Rosa Vieira Lopes. Pertenceu à classe “Diogo Cão”.

 
 

 

 

À esquerda, a Fragata "Corte Real" (F 334) realiza exercícos de fogo anti-aéreo e à direita, com a Fragata "Diogo Cão",
F333
efectua reabastecimento no mar, no decorrer da viagem de instrução com o 8º CEORN.

 

Entrou no porto de Lisboa pela primeira vez em 10 de Setembro de 1957.

Efectuou numerosas viagens de instrução recebendo a bordo ao longo dos anos da sua vida activa, quase todos os cadetes dos cursos da Reserva Naval e do QP da Escola Naval. Participou em exercícios navais, viajando ao Brasil e tocando frequentemente os portos da Madeira, Açores, Cabo Verde e Guiné.

Em 30-10-1968 regressou da sua última viagem e em 11 de Novembro desse ano, foi abatido ao efectivo dos navios da Armada.

Nele serviram como oficiais de guarnição muitos RN’s sendo historicamente dado relevo especial ao grupo de aspirantes do 1.º CEORN mandados destacar pela OA N.º 51 de 10-3-1959, ASP RN Gabriel Silos de Medeiros, José Trigo de Morais, Augusto Gonçalves Correia e Rui dos Santos Martins.

 
Características:
 
Deslocamento máximo 2.100 toneladas
Comprimento fora a fora  93.3 metros
Boca     11.2 metros
Calado máximo  3.3 metros
Velocidade máxima  24.0 nós
Velocidade económica 12.0 nós
Autonomia à vel/econ. 4.000 milhas 
 
Armamento:
 
2 peças simples de 127 mm  
10 peças “Boffors” de 40 mm  
1 ouriço  
2 calhas de bombas de profundidade  
8 morteiros  
 
Lotação:
 
200 homens 
 

 

O Contratorpedeiro Lima (D 333) foi outro dos navios para onde destacaram os primeiros aspirantes da Reserva Naval da incorporação do 1.º CEORN.

 

D 333

NRPLIMA

 

Em Março de 1959 fizeram parte da sua guarnição os ASP RN Manuel Rui Guedes Salgado, Carlos Canelas Cardoso, Armando Monteiro de Barros Pereira e João Gomes de Almeida Rezende.

Navio da classe “Vouga” a ela pertenceram, para além deste último, igualmente os contratorpedeiros Dão, Tejo e Douro.

Construído nos estaleiros Yarrow, em Glasgow, data de 16-10-1931 o seu início e de 19-5-1933 o seu lançamento à água. Em 12 de Outubro desse ano foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada, entrando pela primeira vez no porto de Lisboa em 11 de Janeiro de 1934.

Ao longo de 32 anos de serviço – de 1933 a 1965 – o navio participou em exercícios na costa continental, na Madeira e nos Açores, escalando, em 1938 os portos espanhóis do Ferrol, Corunha, Santander, Bilbau e Vigo a fim de permitir a evacuação de nacionais que pretendessem abandonar Espanha em consequência da guerra civil aí deflagrada.

Durante o conflito da 2.ª Grande Guerra  teve acção assinalável no mar dos Açores, recolhendo por diversas vezes dezenas de náufragos vitimas de afundamento de navios torpedeados por submarinos alemães.

É célebre a inclinação de 67º que no dia 30-1-1943 o navio atingiu, suportando violento temporal, à data sob o comando do CTEN Manoel Maria Sarmento Rodrigues, por coincidência o comandante da Escola Naval em 1958, quando se efectivou a incorporação do 1.º CEORN na Marinha.

Escalou a Guiné em 1946, nas comemorações do 5.º Centenário da Descoberta daquele território. Esteve em Angola e S. Tomé e Príncipe em 1954, integrando a força naval que escoltou o general Craveiro Lopes na visita presidencial, e ainda no mesmo ano acompanhou a visita do mesmo a Inglaterra. Acompanhou ainda os navios que transportaram para Lisboa a família Real Inglesa e o Imperador da Etiópia em visita oficial.

No período final da sua vida activa realizou ainda uma comissão de serviço na Guiné, entre 7 de Julho de 1964 e 14 de Agosto de 1965. Regressou a Lisboa sendo abatido ao efectivo em 27-10-1965.

 
Características:
 
Deslocamento máximo 1.563 toneladas
Comprimento fora a fora  96.9 metros
Boca     9.3 metros
Calado máximo  3.3 metros
Velocidade máxima  37.0 nós
Velocidade de cruzeiro 18.0 nós
Autonomia à vel. de cruzeiro 5.400 milhas 
 
Armamento:
 
4 peças “Vickers – Armstrong” de 120 mm  
3 peças anti-aéreas de 40 mm  
2 reparos quádruplos de tubos lança-torpedos de 503 mm  
2 calhas lança-bombas de profundidade  
2 morteiros lança-bombas  
 
Lotação:
 
184 homens  
 

Relação dos Aspirantes do 1.º CEORN mandados destacar pela OA N.º 51 de 10-3-1959, para estes navios.

CORTE REAL (F 334) - ASP RN Gabriel Silos de Medeiros, José Trigo de Morais, Augusto Gonçalves Correia e Rui dos Santos Martins.

LIMA (D 333) - ASP RN Manuel Guedes Salgado, Carlos Canelas Cardoso, Armando Barros Pereira e João Almeida Rezende.

PERO ESCOBAR (F 335) - ASP RN  Rogério Sousa Ferreira, José Castro Guerra, Manuel Paiva Pinto e José Nunes Rodrigues.

VOUGA (D 334) - ASP RN  Manuel Andrade Neves, Mário Duarte Donas, Manuel Ribeiro Couto e Augusto Pereira de Oliveira.

 

D 334

NRPVOUGA

 

DÃO  (D 331) - ASP RN José Valente da Silva, José Cavalleri Martinho e Luís Mendia de Castro.

 

D 331

NRPDÃO

 

TEJO  (D 335) - ASP RN  José Palla Garcia.

 

D 335

NRPTEJO

 

 

M 408

NRPVILA DO PORTO

 

O Draga-Minas Costeiro “Vila do Porto”, pertencente à classe “Ponta Delgada”, foi construído nos estaleiros M. M. Davis & Co., nos Estados Unidos da América e aumentado ao efectivo dos navios da Armada em 9-10-1953, sendo Ministro da Marinha o CALM Américo Deus Rodrigues Thomaz.

Foi um dos 16 draga-minas, que entre 1953 e 1957, a Marinha integrou no seu efectivo.

São da mesma classe, para além do “Ponta Delgada”, o “Horta”, o “Velas”, o “Lajes”, o “Angra do Heroísmo”, o “Santa Cruz” e o “S. Pedro”.

Tinha um deslocamento de 402 ton. e um comprimento de 44 metros.

Com uma autonomia de 1750 milhas à velocidade de 10 nós, possuía 2 motores Diesel com a potência de 900 cavalos e uma capacidade de combustível de 40 toneladas.

Navegava à velocidade de cruzeiro de 14 nós e estava armado com 2 peças de 20 m/m.

O casco em madeira, era inteiramente amagnético, estando apetrechado com aparelhagem completa para rocega de minas magnéticas e acústicas.

Identificado com a letra M e o número a negro no costado (M 408), tinha uma guarnição de 4 oficiais e 36 sargentos e praças.

Foi abatido ao efectivo dos navios da Armada, em 1 de Setembro de 1976.

Em 25 de Maio de 1959, tornou-se no primeiro navio onde um oficial da Reserva Naval exerceu funções de Comando, conforme se lê na Ordem do Dia à Armada n.º 107, de 27 desse mês:

Aspirante da RN Luís Filipe Mendia de Castro, em 25 do corrente assumiu, nos termos do artigo 628.º da O.S.N., as funções de comandante do draga-minas “Vila do Porto”, durante o impedimento, por motivo de serviço, do respectivo comandante”.

 
 
 

 
 
 

E em 4 de Junho de 1959, na ODA n.º 112, lia-se a propósito, que o:

“Primeiro-tenente Manuel José da Costa Souto e Moura, em 1 do corrente, reassumiu o cargo de comandante do draga-minas “Vila do Porto”, deixando na mesma data de exercer as respectivas funções o aspirante da R.N. Luís Filipe Mendia de Castro”.

 

 

F 337

NRPPACHECO PEREIRA

 

A Fragata Pacheco Pereira entrou na História da Reserva Naval quando integrou, conjuntamente com a Fragata Álvares Cabral o grupo de navios que transportou os cadetes do 2.º CEORN na sua viagem de instrução, iniciada em 29 de Fevereiro de 1960. Foi seu comandante, nesta viagem, o CFR José Pimenta de Almeida Beja Camões Godinho.

Construído nos estaleiros “Hall Russel & Co, Ltd”, em Aberdeen, na Escócia, o navio teve o seu lançamento à água em 16 de Novembro de 1944, e incorporado na Royal Navy foi baptizado com o nome de HMS ”Bigbury Bay”. No dia 11 de Maio de 1959, rebaptizado, como NRP “Pacheco Pereira”, foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada, pertencendo à classe “Álvares Cabral”, classe que em 1961 iria ser aumentada com as Fragatas “Vasco da Gama” e “D. Francisco de Almeida”. Participou, no ano seguinte, nas Comemorações Henriquinas, em Cabo Verde, largando depois para Luanda onde atracou a 13 de Maio de 1960. permanecendo em Angola até Novembro de 1963. 

Teve acção importante em missões decorrentes do início da guerra em Angola, mantendo um destacamento desembarcado no Ambrizete entre Maio e Junho de 1961, efectuando transportes logísticos, fiscalizando a costa e fazendo escalas em S. Tomé e Príncipe. Visitou ainda a cidade do Cabo, na África  do Sul por necessidade de fabricos. Em Novembro de 1963 entrou em Lisboa e até Janeiro de 1964 realizou uma viagem de instrução à Madeira.

Partiu em 23-1-1964 com destino a Moçambique, entrando em Lourenço Marques em 23 de Fevereiro desse ano. Manteve-se na costa de Moçambique até Julho de 1966, nomeadamente na zona do porto da Beira, onde à data se processava o bloqueio naval inglês em cumprimento de decisão da ONU

Regressou a Lisboa em Setembro de 1966 e em Novembro de 1967 largou para longa comissão, novamente em Moçambique, sob o comando do CFR Vicente Manuel de Moura Coutinho de Almeida d’ Eça.

Regressou a Lisboa em Dezembro de 1969. Largou de novo para o Ultramar em  Fevereiro de 1970, para curta missão em Angola e S. Tomé e Príncipe. Entrou em Lisboa pela última vez em 21 de Junho de 1970, terminando a sua vida activa em 14-9-1970, data em que foi abatido ao efectivo dos navios da Armada.

Características, armamento e lotação, as da Fragata “Álvares Cabral”.

 

 

F 336

NRPALVARES CABRAL

 

A Fragata Álvares Cabral foi um dos navios, conjuntamente com a Fragata Pacheco Pereira, onde os cadetes do 2.º CEORN realizaram a sua viagem de instrução.

Viagem iniciada em 29 de Fevereiro de 1960, escalando os Açores (Praia da Vitória e  Ponta Delgada), Cabo Verde (Praia e S. Vicente), Canárias (Las Palmas) e Cádiz.

Foi seu comandante, nesta viagem, o CFR Fernando Eduardo Pinto de Ornelas e Vasconcelos.

Construído nos estaleiros “Charles Hill & Sons, Ltd”, em Bristol, na Grã-Bretanha, teve o seu lançamento à água em 3 de Março de 1945, destinado à Royal Navy, sendo baptizado com o nome de HMS ”Burghead”. No dia 11 de Maio de 1959, rebaptizado, como Álvares Cabral, deu nome à Classe e foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada, conjuntamente com a Fragata Pacheco Pereira.  Participou no ano seguinte nas Comemorações Henriquinas,  em Cabo Verde, largando de seguida para Moçambique e atracando em Lourenço Marques no dia 27 de Junho de 1960, após uma visita à União da África do Sul onde participou nas Comemorações do seu Cinquentenário. 

Regressou a Lisboa em Fevereiro de 1968 e em 28 de Abril de 1969 partiu de novo para o Ultramar. Primeiro em Angola, onde permaneceu até 2 de Novembro de 1969, depois em Moçambique, tendo entrado em Lourenço Marques a 14 de Novembro desse ano. Até Abril de 1971 permaneceu na costa de Moçambique e em Maio de 1971 entrou em Lisboa.

Passou ao estado de desarmamento em 23 de Junho de 1971 e a 26 de Maio de 1972   foi abatido ao efectivo dos navios da Armada, terminando a sua longa existência de mais de 27 anos, 13 dos quais sob a Bandeira de Portugal

Da sua Classe faziam ainda parte, para além da Fragata Pacheco Pereira, as Fragatas Vasco da Gama e D. Francisco de Almeida.

 
Características:
 
Deslocamento máximo 2.580 toneladas
Comprimento fora a fora  93.7 metros
Boca     11.7 metros
Calado máximo  4.7 metros
Velocidade máxima  19.5 nós
Velocidade económica 10 nós
Autonomia à vel/econ. 7.500 milhas
 
Armamento:
 
2 torres duplas com peças de 102 mm  
6 peças “Bofors” de 40 mm  
1 ouriço  
4 morteiros DCT  
2 calhas lança-bombas de profundidade
 
Lotação:
 
171 homens (12 oficiais, 24 sargentos e 135 praças)
 

 

F 335

NRP “PERO ESCOBAR”

 

A Fragata Pero Escobar é a mais antiga referência dos navios da História da Reserva Naval.

Nele embarcou o 1.º CEORN para a sua viagem de instrução em Fevereiro de 1959, escalando o porto italiano de Nápoles, a Madeira e os Açores.

Construído nos estaleiros “Cantieri Naval Meccanica”, em Castellammare di Stabia, na Itália, foi lançado à água em 25 de Setembro de 1955 e incorporado no efectivo dos navios da Armada em 30 de Junho de 1957.

Viveu uma vida operacional frequentemente interrompida por longos períodos de fabricos, com destaque para cerca de dez anos de estadia no Arsenal do Alfeite, de 1962 a 1971, quase desmantelado e tendo inclusivamente passado ao estado de desarmamento.

 
 
 
 

Em 9 de Julho de 1971 foi novamente decretado o estado de armamento normal e largou para o mar em 8 de Março de 1972.

Curta vida, no entanto, a partir desta data. Algumas viagens de instrução, missões a portos estrangeiros e definitivamente parada em 26 de Setembro de 1974, até ao seu abate ao efectivo dos navios da Armada, em 1 de Setembro de 1976.

É considerado o mais elegante dos navios da Reserva Naval, em toda a sua História, de linhas cuidadosamente desenhadas e fugindo ao clássico dos navios de guerra, tendo sido apelidada de “Gina”, homenagem à actriz italiana Gina Lollobrigida, adoptada como sua madrinha numa visita do navio a Itália.

Características:
 
Deslocamento máximo 1600 toneladas
Comprimento fora a fora  90.09 metros
Boca     10.85 metros
Calado máximo  4.98 metros
Velocidade máxima  32.6 nós
Velocidade económica 15.5 nós
Autonomia à vel/econ. 3.100 milhas 
 
Armamento:
 
2 reparos binados de 76.2 mm  
1 squid duplo  
2 calhas lança bombas  
2 reparos triplos de tubos lança torpedos  
 
Lotação:
 
172 homens (12 oficiais, 24 sargentos e 136 praças)
 

Nota: Dados do “Dicionário de Navios & Relação de Efemérides” do Comandante Adelino Brás Rodrigues da Costa, edição da Comissão Cultural de Marinha - 1966


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