Listagem completa do 12.º CFORN
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A
tradicional fotografia de família na portaria da
Escola Naval. |
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O ano de
1968, a exemplo do ano anterior, foi assinalado pela
incorporação de dois cursos de formação de oficiais da
Reserva Naval. Foi também, depois do 1.º CEORN, em 1958 e
com apenas 20 cadetes, aquele que teve menor frequência.
O 12º CFORN, alistado em 19 de Fevereiro desse ano,
incorporou 36 cadetes assim distribuídos pelas várias
classes: 21 cadetes na classe de Marinha, 14 na classe de
Fuzileiros e 1 na classe de Técnicos Especialistas.
Pertenceu também mais um cadete do que o número referido no
Anuário da Reserva Naval (35) pelo facto de, por lapso, não
ter sido incluído originalmente o cadete Antero José Marques
Ferreira dos Santos, na classe de Marinha. Neste curso
apenas foram preenchidos lugares nas três classes referidas.
Foi Patrono deste curso o Rei D.Manuel lI, por cognome o
“Venturoso” (1469/1521). Subiu ao trono em 1495, sucedendo a
D. João II. No seu reinado, em que Lisboa atingiu o cume do
desenvolvimento de entre as cidades europeias, foram
lançadas as bases do Império Português do Oriente, numa
época em que os portugueses chegaram à Índia, ao Brasil, à
Indonésia e à Terra Nova. Data também deste reinado o início
da construção do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém.
Comandava a Escola Naval o Comodoro Lino Paulino Pereira e o
Director de Instrução foi o CFR Alfredo José Estevam de
Sousa e Costa.
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O Comodoro Lino Paulino Pereira,
Comandante da Escola Naval e o Director de
Instrução, CFR José Estevam de Sousa e Costa. |
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No final do
período de instrução, o Prémio “Reserva Naval” foi entregue
ao cadete da classe de Marinha, Luís Manuel Caldeira Pinto.
Este prémio destinava-se a galardoar o aluno com
classificação mais elevada no conjunto da frequência escolar
e da apreciação de carácter militar.
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Luis Manuel Caldeira Pinto, Prémio
Reserva Naval. |
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A viagem de instrução realizou-se na
Fragata “Diogo Cão”, sob o comando do CFR Eurico Serradas Duarte,
tendo o navio aportado a Ponta Delgada e Horta (Açores), Funchal
(Madeira) e São Vicente de Cabo Verde. Os cadetes efectuaram ainda
um desembarque em Porto Santo, tendo o navio ficado ao largo.
Durante o ano de 1968, para a prossecução do plano de modernização
da Marinha, conjuntamente com a necessidade de reforçar os meios
navais empenhados na Guerra do Ultramar, tinham sido aumentados ao
efectivo dos navios da Armada as fragatas “Almirante Magalhães
Correia”, “Comandante Hermenegildo Capelo” e “Comandante Roberto
Ivens”, as LFP’s “Arcturus”, “Aldebaran”, “Procion” e “Aljezur”, o
submersível “Barracuda” e a lancha hidrográfica “Cruzeiro do Sul”.
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Viagem de Instrução - Grupo de cadetes a
bordo da fragata “Diogo Cão”. |
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No decorrer do mesmo
período, tinham sido abatidos ao mesmo efectivo as fragatas “Corte
Real”, “Diogo Cão”, “Diogo Gomes”, o navio-patrulha “Sal” e ainda a
LFP “Castor”. A fragata “Diogo Cão” terá realizado a sua última
viagem com os cadetes do 12.º CFORN, em 22 de Agosto de 1968, após o
que se procedeu ao seu abate.
Já em 1969, a Marinha iria ser dotada de novas unidades: a fragata
“Comandante Sacadura Cabral”, os navios-patrulha “Cacine” , “Cunene”,
“Mandovi” e “Rovuma - projecto de dez unidades nascido na sequência
da anterior classe “Argos” - e os submersíveis “Cachalote” e
“Delfim”.
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Pertencendo à classe “Cacine”, o
navio-patrulha “Zaire”, atracado no Funchal. |
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Também ao longo
daquele ano foram abatidas ao efectivo algumas unidades algo
obsoletas: a fragata D. Fernando, antiga “Diogo Gomes”, que mudou de
nome em 31 de Outubro de 1968, tendo ficado sempre fundeada no Mar
da Palha até ao seu abate, em 20 de Abril de 1969; seguiram
igualmente o mesmo caminho a canhoneira “Diu” , a lancha de
fiscalização “Espadilha” e o submersível “Náutilo”.
Salvo nos submersíveis, em que foram raras as excepções, muitos
oficiais da Reserva Naval desempenharam missões e viriam a fazê-lo
naqueles navios, quer nos abatidos quer nos aumentados ao efectivo,
todos eles tendo representando um papel relevante na História da
Reserva Naval.
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A LFP “Alvor”, cujo função de Comandante foi
assumida por oficiais da Reserva Naval. |
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Deste curso, seguiram
para comissões muitos dos seus elementos, como Comandantes ou
oficiais Imediatos de navios, integrando Companhias e Destacamentos
de Fuzileiros, tendo sido designados para prestar serviço em África,
ou Continente e Ilhas, os seguintes oficiais:
Guiné (6 Oficiais):
2TEN RN Eduardo Agostinho de Vilhena Geraldes no CDM da Guiné, 2TEN
RN Luis Manuel Caldeira Pinto na LFP “Alvor”, 2TEN RN Manuel Joaquim
Lopes Marques na LDG “Alfange”, 2TEN FZ RN Artur Manuel Carvalho
Gomes na CF 10, 2TEN FZE RN Fernando Alves Pires e 2TEN FZE RN José
Carvalho de Araújo no DFE 7.
Cabo Verde (2 Oficiais):
2TEN RN Gaspar de castro Pacheco na LF “Dom Aleixo” e Jorge Durão
Gomes de Miranda na LF “Dom Jeremias”.
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Guiné – Na ponte-cais, em Bissau, as LFG’s
onde elementos do 12.º CFORN assumiram o cargo de Oficiais
Imediatos. |
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Angola (10 Oficiais):
2TEN RN Elísio Gonçalves da Rocha na fragata “Álvares Cabral”, 2TEN
RN João Maria Lacerda de Lemos Mexia no Comando Naval de Angola,
2TEN RN João Maria Machado Marques Fernandes e 2TEN RN José Alcino
Rodrigues de Carvalho na LDG “Ariete”, 2TEN FZ RN Carlos Alberto
Amaro Monteiro , 2TEN RN FZ Joaquim Maria Botelho de Sousa Cymbron e
2TEN FZ RN Ulisses Jorge Paulos na CF 9, 2TEN FZ RN Fausto José
Martins de Campos Ferreira, 2TEN FZ RN Jerónimo Elias de Sá e Castro
e 2TEN FZ RN Luis Alberto da Silva Veiga de Macedo na CF 8.
Moçambique (9 Oficiais):
2TEN RN Antero José Marques Ferreira dos Santos no CDMP do Lago
Niassa, 2TEN RN José Manuel Machado da Costa na LFP “Júpiter”, 2TEN
RN José Lourenço da Luz no Comando Naval de Moçambique, 2TEN RN José
Hermano de Brum de Sousa Dourado na LFG “Argos”, 2TEN RN José Luis
Tocha Antunes dos Santos na LFP “Régulus”, 2TEN RN Rui Moura da
Silva no NAL “Sam Brás”, 2TEN FZE RN Aristides Rama de Oliveira
Santos e 2TEN FZE RN António Lopes Fernandes no DFE 5 e 2TEN FZE RN
José Floriano Lopes Fernandes no DFE 6.
Continente, Ilhas e Outras Unidades (6 Oficiais):
2TEN RN António Feliciano de Oliveira no DM “Ribeira Grande”, 2TEN
RN Fernando de Magalhães do Amaral Neto na LF “Albufeira”, 2TEN RN
João Miguel Ribeiro da Silva Felgueiras no DM “Corvo”, 2TEN RN Luis
Gonzaga Parente Mendes Godinho no GR n.º 2 EA, 2TEN RN Rui Fernando
Real Miravent Tavares na DSP 1.ª Rep e 2TEN TE RN José Henrique
Pereira Luis no Instituto Hidrográfico.
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O aeródromo da Base Naval de Metangula. |
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O 2TEN RN Antero José
Marques Ferreira dos Santos foi um dos oficiais da Reserva Naval, em
serviço no Comando de Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa.
Recebeu formação específica, tirando o respectivo “brevet”, o que
lhe permitiu vir a pilotar as aeronaves em serviço na Base Naval de
Metangula que efectuavam voos regulares para Vila Cabral.
Embora tenha sido feito um esforço para elaborar de forma mais
alargada, com elementos de interesse que reavivassem a memória dos
protagonistas deste curso, não foi possível conseguir este objectivo
por virtude dos seus integrantes não nos teram feito chegar mais
informações que tornassem mais alargada a perspectiva histórica este
artigo. Ao Luis Caldeira Pinto, José Alcino Carvalho e Luis Veiga de
Macedo aqui fica expresso o agradecimento pela colaboração prestada.
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Fernando Amaral Neto, João Lemos Mexia e José
Luis Tocha dos Santos. |
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Nota:
Um cadete da classe de Marinha que figura no Anuário como sendo do
12.º CFORN, António Maria Amaro Monteiro, pertenceu efectivamente à
classe de Fuzileiros do 13.º CFORN. Houve dois outros cadetes da
classe de Fuzileiros que não foram aprovados no final do curso.
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Manuel
Lema Santos
8.º CEORN |
Fontes:
Arquivo de Marinha; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino
Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Dicionário de Navios,
Comandante Adelino Rodrigues da Costa, 2006; Texto compilado e
actualizado pelo autor do blogue a partir do publicado na Revista
n.º 16 da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, Setembro
2003; fotos de Arquivo do autor do blogue.