10.º CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval

 


Listagem completa do 10.º CFORN

O ano de 1967 fica assinalado pela incorporação, pela primeira vez na História da Reserva Naval, de dois cursos de formação de oficiais.
 

 


 

1 – João António Lopes da Silva Leite, 2 – João António Rodeia Peneque, 3 – Manuel Augusto Lopes, 4 – João Manuel Sarmento Coelho, 5 – Albertino da Silva, 6 – António Augusto Martins da Costa, 7 – Raul Henrique Cardoso de Sena Belo, 8 – António Maria Romano Barroso, 9 – Raul Jorge Ramos de Lima, 10 – Mário Jorge Freitas Gomes, 11 – Fernando José T. Carvalho da Fonseca, 12 – José Manuel Conceição Grade, 13 – João Pedro do Amaral Alegria, 14 – António Manuel Ponce de Leão Bettencourt, 15 – José David Rodrigues Teixeira, 16 – Alexandre Ferreira de Almeida, 17 – Manuel Coutinho Ribeiro, 18 – Mário Artur Rodrigues de Almeida, 19 – José Manuel Braga Abecassis, 20 – Armando Valentim dos Santos Silva, 21 – Acácio Juvenal de Almeida Resende, 22 – José Francisco Madeira Costa, 23 – António José Alvesda Rocha, 24 – Manuel Maria Pereira da Silva, 25 – Armando António dos Santos Martins, 26 – José António Simões da Silva Ramos, 27 – Cláudio José Lacerda Mendes, 28 – José António Fiúza Fernandes, 29 – Jorge Manuel Rodrigues Casals Braga, 30 – Casimiro Artur Vargues Domingues, 31 – Delfim de Carvalho, 32 – José Carlos da Cunha Baptista, 33 – Francisco Loureiro da Cunha Leão, 34 – Fernando Manuel Marinheiro Correia, 35 – José Armando Monteiro, 36 – Carlos Alberto Gassman Rodrigues de Oliveira

 


 

O 10º CFORN, alistado em 2 de Fevereiro desse ano, incorporou 38 cadetes assim distribuídos pelas várias classes: 16 na classe de Marinha, 1 na classe de Engenheiros Construtores Navais, 1 na classe de Farmacêuticos Navais - esta uma classe introduzida pela primeira vez na Reserva Naval -, 19 na classe de Fuzileiros Navais e 1 na classe de Técnicos Especialistas.

 

 


 

Bissau, 1967 - No prolongamento da ponte-cais, ao lado do Comando de Defesa Marítima da Guiné, enquadrado pelos conhecidos embondeiros, o monumento a Diogo Gomes.

 

Foi patrono deste curso Diogo Gomes, navegador do século XV da casa do Infante D. Henrique que realizou, em 1456, uma viagem aos grandes rios da Guiné Bissau e a quem se atribui a sua descoberta. Participou, com António de Noli, navegador italiano, natural de Noli, na Ligúria e que se integrou nas viagens henriquinas à costa africana, no reconhecimento das ilhas cabo­verdianas ocidentais.

 

 

O Contra-Almirante Manuel Carlos Sanches, Comandante da Escola Naval.

 

Era Comandante da Escola Naval o CALM Manuel Carlos Sanches e foi Director de Instrução deste curso, o CTEN Carlos Manuel Salema Stattmiller de Saldanha e Albuquerque.

O “Prémio Reserva Naval”, por ter sido o melhor classificado de entre todos os 10º CFORN integrantes do curso, foi atribuído ao cadete ECN Carlos Augusto Dinis Pimpão.

 

 

Carlos Augusto Dinis Pimpão, Prémio Reserva Naval do 10.º CFORN.

 

O cadete João Pedro do Amaral Alegria foi o primeiro oficial da Reserva Naval incorporado na nova classe de Farmacêuticos Navais, tendo ingressado no Quadro Permanente e atingido o posto de Capitão­-de­-Mar-­e­-Guerra.

Terminado o primeiro ciclo do curso, realizado na Escola Naval durante as seis primeiras semanas, todos os cadetes iniciaram os respectivos estágios em diversas unidades e serviços da Armada. Dos 19 cadetes Fuzileiros Navais, que a partir de Abril frequentaram o curso de especialização em Fuzileiro Especial, na Escola de Fuzileiros, 14 obtiveram aprovação e foram considerados especializados.

O Juramento de Bandeira realizou-­se a 8 de Setembro e a partir desta data foram os cadetes promovidos a Aspirantes, embora os da classe de Fuzileiros apenas tivessem terminado o respectivo curso em Outubro.

Por este facto, a viagem de instrução final foi dividida em duas fases, sendo a primeira para as classes de Marinha, Engenheiros Construtores Navais, Farmacêuticos Navais e Técnicos Especialistas e realizou-­se na Fragata “Corte Real”, tendo por destino os portos da Guiné, Cabo Verde, Madeira e Porto Santo. Era comandante deste navio o CFR Mário Dias Martins.

 

 

Em cima a fragata "Corte Real" e, em baixo, a fragata "Diogo Gomes".

 

 

Por sua vez, os cadetes Fuzileiros realizaram a sua viagem na Fragata “Diogo Gomes” e visitaram a Madeira, Porto Santo e as Selvagens. Era comandante desta, o CFR António dos Santos Gaspar.
Entretanto, a Marinha prosseguia o plano de modernização e, em Julho desse ano, chegou a Lisboa a Fragata “Comandante João Belo”, o primeiro de uma série de quatro navios construídos em França que, com as suas 2230 toneladas de deslocamento, representava um significativo salto tecnológico. Ainda no decorrer de 1967, foram aumentados ao efectivo dos Navios da Armada as fragatas “Almirante Gago Coutinho” e as lanchas de fiscalização “Albufeira”, “Dom Aleixo” e “Dom Jeremias”.

Também naquele mesmo ano, foram abatidos ao efectivo as seguintes unidades: aviso “Afonso de Albuquerque”, destroyer “Vouga”, submersível “Neptuno”, navio oceanográfico “Salvador Correia”, caça-minas “Faial” e o navio-patrulha “Santiago”.

Deste curso, seguiram para comissões quase todos os seus componentes, como Comandantes ou oficiais Imediatos de navios, integrando Companhias e Destacamentos de Fuzileiros, tendo sido designados para prestar serviço em África ou Continente e Ilhas os seguintes oficiais:

Guiné (7 Oficiais):
2TEN RN José António Fiuza Fernandes na LFG “Lira”, 2TEN RN Manuel Maria Pereira da Silva na LFP “Deneb”, 2TEN RN Raul Jorge Ramos Lima na LFP “Bellatrix”, 2TEN FZE RN Benjamim Lopes de Abreu no DFE 12, 2TEN FZ RN Francisco Loureiro da Cunha Leão na CF 3, 2TEN FZE RN João António Lopes da Silva Leite no DFE 10 e 2TEN FZE RN Jorge Manuel Rodriguez Casals Braga no DFE 3.

Cabo Verde (1Oficial):
2TEN RN João Carlos da Cunha Baptista no Comando Naval de Cabo Verde.

 


 

 

NRP “Algol” – Entrega de Comando em Angola: CTEN António Fuzeta da Ponte,
STEN RN Jaime Saraiva Canto Moreira (14º CFORN) e 2º TEN RN José António Simões da Silva Ramos (10º CFORN).

 

Angola (8 Oficiais):
2TEN RN Delfim de Carvalho no navio-patrulha “S. Vicente”, 2TEN RN José António Simões da Silva Ramos na LFP “Algol”, 2TEN RN Manuel Coutinho Ribeiro no Comando Naval de Angola, 2TEN FZ RN Alexandre Ferreira de Almeida na CF 1, 2TEN FZE RN António José Alves da Rocha no DFE 11, 2TEN FZ RN Fernando José Teixeira Carvalho da Fonseca na CF 1, 2TEN FZE RN João Manuel Sarmento Coelho no DFE 2 e 2TEN FZ RN Mário José de Freitas Gomes na CF11.

Moçambique (11 Oficiais):
2TEN RN José Manuel Braga Abecassis na fragata “Pacheco Pereira”, 2TEN RN Cláudio José Lacerda Mendes no Comando Naval de Moçambique, 2TEN FZ RN Albertino da Silva, 2TEN FZ RN Armando Valentim dos Santos Silva, 2TEN FZ RN João António Rodeia Peneque e 2TEN FZ RN Mário Artur Rodrigues de Almeida na CF 4, 2TEN FZE RN António Manuel Ponce de Leão Bettencourt no DFE 1, 2TEN FZE RN Armando António dos Santos Martins no DFE 8, 2TEN FZE RN José David Rodrigues Teixeira e 2TEN FZE RN Manuel Augusto Lopes no DFE 4 e 2TEN FZE RN Raul Henrique Cardoso de Sena Belo no DFE 9.

 

 

Um grupo de Cadetes do 10º CFORN durante a viagem de instrução, na Guiné.

 

Continente, Ilhas e Outras Unidades (11 Oficiais):
2TEN RN Acácio Juvenal de Almeida Resende no navio-patrulha “Fogo”, 2TEN RN António Maria Romano Barroso no navio-patrulha “Brava”, 2TEN RN António Augusto Martins da Costa na LF “Corvina”, 2TEN RN Casimiro Artur Vargues Domingues na DSEC, 2TEN RN Fernando Manuel Marinheiro Correia no navio-patrulha “Boavista”, 2TEN RN José Manuel da Conceição Grade na LF “Dom Aleixo”, 2TEN RN José Armando Monteiro na LF “Azevia”, 2TEN RN José Francisco Madeira Costa no navio-patrulha “Santo Antão”, 2TEN ECN RN Carlos Augusto Dinis Pimpão na Direcção de Construções Navais, 2TEN FN RN João Pedro do Amaral Alegria no Hospital da Marinha e 2TEN RN Carlos Alberto Gassman Rodrigues de Olibeira no Instituto Hidrográfico.

O resumido relato da passagem do 10º CFORN pela Marinha, apenas atinge o objectivo de relembrar nomes e algumas situações, durante um curto período de tempo.

A História deste Curso, feita pelos seus 38 componentes, é preenchida de actos e episódios da maior relevância, em cenários de paz e de guerra, reconhecidos publicamente em cerimónias solenes e constituindo mais um marco da maior importância para a vida de cada um e para a dignificação da Reserva Naval a que pertencem.

Também se atinge, desta forma, o objectivo de lembrar aqueles a quem, por destino,a vida foi entregue a Deus, certos de quea sua presença continua viva em cada encontro dos seus camaradas.

 
 

Manuel Lema Santos
8.º CEORN


Fontes:

Arquivo de Marinha; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Dicionário de Navios, Comandante Adelino Rodrigues da Costa, 2006; Texto compilado e actualizado pelo autor do blogue a partir do publicado na Revista n.º 14 da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, Julho 2002; Fotos de Arquivo do autor do blogue.

 
Galeria de fotos: (Limitada às fotos disponíveis)
 
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António Maria Romano Barroso

 


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