7.º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval

 


Listagem completa do 7.º CEORN


Foi patrono deste curso Hermenegildo Capelo, oficial da Armada que, no século XIX, conjuntamente com Roberto Ivens, vivera a fantástica aventura da travessia que intitularam “De Angola à Contra-Costa”, percorrendo 4500 quilómetros do continente africano, do Atlântico ao Índico, feito que os tornou figuras ímpares da nossa História.

Iniciado o 7.º CFORN em 15 de Agosto de 1964, foi frequentado por 64 cadetes, sendo 30 da classe de Marinha, 1 da classe de Médicos Navais, 1 da classe de Engenheiros Contrutores Navais, 6 da classe de Engenheiros Maquinistas Navais, 7 da classe de Administração Naval e 19 da classe de Fuzileiros. Terminou com a reprovação de três cadetes.

 

 

 

 

7.º CEORN - Foto de família na portaria da Escola Naval

 

À data da incorporação era Comandante da Escola Naval o então Comodoro António Morgado Belo e, pela primeira vez, numa perspectiva destacadamente inovadora, no âmbito das actividades culturais e com o propósito de completar a formação académica e técnica dos cadetes daquela Instituição, despertando-lhes o interesse por assuntos de maior actualidade, em 4 de Dezembro de 1964 o cadete da Reserva Naval Ernâni Rodrigues Lopes, proferiu uma palestra subordinada ao tema “Aspectos Gerais do Desenvolvimento Económico”.
 

 

 

O CALM António Morgado Belo, Comandante da Escola Naval.

 

 

Realizou a viagem de instrução nas fragatas “Diogo Cão” e “Corte Real”, tendo como destino a Madeira, Cabo Verde e Guiné, culminando com a promoção dos cadetes a Aspirantes a oficial depois do juramento de bandeira no dia 29 de Abril de 1965.

 

 

Em cima, as fragatas "Corte Real" (á direita) e "Diogo Cão" (à esquerda) a caminho dos Açores, em manobra de reabastecimento no mar e, em baixo, a "Corte Real" fundeada.

 

 

Pouco tempo após a entrada do 7º CEORN, em 25 de Setembro desse ano, a Frelimo iniciava a sua luta de guerrilha no Chai, Distrito de Cabo Delgado e no Cobué, no Niassa.

Na continuação da resposta ao progressivo alastramento da guerrilha nos territórios ultramarinos de então, ao longo do ano de 1965, foram aumentadas ao efectivo dos navios da Armada novas unidades, especialmente concebidas para actuação nas bacias hidrográficas onde se desenvolviam as mais importantes acções militares.

Destaque especial para as novas LDG’s - Lanchas de Desembarque Grandes “Alfange” e “Montante” destinadas à Guiné, a “Ariete” para Angola e a “Cimitarra” que seguiu para Moçambique, todas construídas nos Estaleiros Navais do Mondego, deslocando 480 toneladas e podendo transportar outras 270 de carga.
 

 

De bordo da LDG "Alfange", amarrada à bóia em Bissau, vista da ponte-cais em T com o N/M "Braga" atracado, o Comando de Defesa Marítima da Guiné por detrás, a avenida Marginal e, ao fundo, as duas torres da Sé.

 

 

Além destas unidades, a Marinha recebeu igualmente as LFG’s – Lanchas de Fiscalização Grandes “Centauro”, destinada a Angola e “Sagitário” que seguiu para a Guiné, ambas da classe “Argos”.

Foram ainda entregues as novas LFP’s – Lanchas de Fiscalização Pequenas da classe Jupiter, respectivamente a “Jupiter”, “Venus”, “Marte”, “Mercúrio”, “Saturno” e “Urano”, seguindo as duas primeiras para Angola e as outras quatro para o Lago Niassa.

O aumento ao efectivo de todas estas unidades navais e as normais rendições de outras, previstas em áreas operacionais, redundaram em alargada mobilização de oficiais da Reserva Naval da classe de Marinha, deste curso, para fazer face às crescentes necessidades.

 

 

Em cima a LFP "Jupiter" e, em baixo, a LFP "Pollux", ambas no rio Zaire.

 



Também na classe de Fuzileiros a maioria dos oficiais foram chamados a participar em missões além-mar, integrados em Companhias ou Destacamentos.

Um dos primeiros oficiais fuzileiros do 7.º CEORN a partir para Angola, integrado no DFE 13, foi o STEN FZ RN Vasco Luís Schulthess de Quevedo Pessanha que, depois de actuar com a sua unidade nos postos do Zaire e Massabi, comandou a primeira força de Marinha destacada no Lungué-Bungo, no sueste de Angola.

De salientar que, em Abril de 1966, após perfazerem doze meses efectivos como Aspirantes, se verificaram apenas 17 promoções a Sub-Tenente. Os restantes 45 elementos do 7.º CEORN encontravam-se em zonas operacionais.

Após o juramento de bandeira foram designados para prestar serviço em África os seguintes oficiais:

Guiné
(13 Oficiais):

2TEN RN António Viriato Carvalho Santos na LDG “Alfange”, 2TEN RN Francisco José de Orey da Cunha na LFG “Sagitário”, 2TEN MN RN Fernando de Jesus Monteiro na CF 7, 2TEN AN RN José Filipe Correia de Araújo e 2TEN FZ RN Gabriel Maria da Costa Mesquita Brito no CDMGuiné, 2TEN FZ RN Américo dos Santos Pinto no DFE 3, 2TEN FZ RN Raul Eugénio Dias da Cunha e Silva no DFE 4, 2TEN FZ RN Mário José dos Santos Carvide no DFE 6, 2TEN FZ RN António Cabrita da Silva, 2TEN FZ RN Elder Carlos de Sousa Fernandes, 2TEN FZ RN Fernando José de Sá Martins Varanda e 2TEN FZ RN Francisco Gil de Borja Meneses na CF 7 e 2TEN FZ RN Francisco Coelho Mendes Fernandes no DFE 7.
 

 

 

Angola - O Posto da Quissanga no rio Zaire.

 

Angola (16 Oficiais):

2TEN RN António de Almeida Correia de Sá na LFP “Venus”, 2TEN RN António Manuel Baptista de Mello na LFP “Rigel”, 2TEN RN Carlos Manuel Lopes de Carvalho na LFP “Espiga”, 2TEN RN Florêncio António Fernandes na LDG “Ariete” e navio-patrulha S. Vicente, 2TEN RN João do Carmo Lourenço na LFG “Centauro” e Comando Naval de Angola, 2TEN RN João Paulo Von Mayer Reis na LFP “Régulus”, 2TEN RN Joaquim António Coelho Palminha na LFG “Pégaso”, 2TEN RN Luis Fernandes Frutuoso Costa no Comando Naval de Angola e LFG “Centauro”, 2TEN RN Manuel Branco Ferreira Lima na LDG “Ariete”, 2TEN RN Luis Filipe Carvalhal Rebelo no Comando Naval de Angola, 2TEN RN Rui Jorge Lima Saraiva na LFP “Pollux”, 2TEN AN RN Bernardo da Gama Lobo Xavier no Comando Naval de Angola, 2TEN FZ RN Alfredo José Geraldes Malheiro Messeder no DFE 2, 2TEN FZ RN António Delgado Mateus e 2TEN FZ RN Basílio Sebastião Rodrigues Tavares na CF 5, 2TEN FZ RN Vasco Luis Schulthess de Quevedo Pessanha no DFE 13.
 

Moçambique (16 Oficiais):

2TEN RN António Luis Gato na fragata “Pacheco Pereira”, 2TEN RN Jochia Lipszyc no NH “Almirante Lacerda”, 2TEN RN João Almeida Santos na LDG “Cimitarra”, 2TEN RN João António Rodrigues de Oliveira na LFG “Argos”, 2TEN RN João da Silva Boavista Canada na LFP “Urano”, 2TEN RN Fernando Augusto Pacheco da Costa na LFP “Urano”, 2TEN RN Francisco Parente Mendes Godinho na LFP “Saturno”, 2TEN RN Manuel Mendes de Almeida Abecassis na LFP “Marte”, 2TEN RN José Fernando Ferreira Guimarães na LFG “Dragão”, 2TEN RN Luis Manuel Carneiro Amoroso Lopes no Comando Naval de Moçambique, 2TEN RN Augusto César Gaspar Ferraz, 2TEN RN João Garcia Ribeiro, 2TEN RN Joaquim Miguel Calhau Barrocas e 2TEN RN José Sebastião Raposo Alves Saltão na CF 8, 2TEN RN Pedro Salgado Baptista Coelho no DFE 5 e STEN FZ RN Victor Manuel Moreira Barreto na Escola de Fuzileiros.

 

 

 

A fragata "Pacheco Pereira".

 

Continente e Ilhas (17 Oficiais):

STEN RN André Pires Rodrigues e STEN RN Pedro José Araújo de Sousa Ribeiro no Instituto Hidrográfico, STEN RN João Bernardo Pacheco Rodrigues no navio-patrulha “Príncipe”, STEN RN Manuel Avenilde Rodrigues Valente no navio-patrulha "S. Tomé", STEN RN João Frederico Campos Burnay e STEN RN Manuel Teixeira Rego Oliveira na Escola de Fuzileiros, STEN ECN RN José Rodrigues dos Santos Lourenço e STEN AN RN Ernâni Rodrigues Lopes na Inspecção de Construção Naval, STEN EMQ RN Alcides Vaz Serra Pacheco na LF “Espadilha”, STEN EMQ RN Arnaldo Augusto Hibon de Campos e STEN AN RN Mário José de Matos Valadas no Gr n.º1 EA, STEN EMQ RN Joaquim Maria Baptista Rodrigues Pereira na LF “Dourada”, STEN EMQ RN José Diogo Peres Pires Branco na LF “Bicuda”, STEN EMQ RN José Guilherme Vieira Baptista na LF “Azevia”, STEN AN RN Mário Augusto Nunes Baptista na DSA, STEN AN RN Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete na DSP-4.ª Rep. e STEN AN RN Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva no Corpo de Marinheiros da Armada.

Ao longo do ano de 1967, os Oficiais pertencentes ao 7.º CEORN foram licenciados mas 5 deles, prolongaram a permanência na Marinha e vieram a ingressar mais tarde na classe do Serviço Especial dos Quadros Permanentes no ramo de Oficiais Fuzileiros, tendo ascendido ao posto de Capitão de Mar-e-Guerra: 2TEN FZ RN Alfredo José Geraldes Malheiro Messeder, 2TEN FZ RN Francico Coelho Mendes Fernandes, 2TEN FZ RN Mário José dos Santos Carvide, 2TEN FZ RN Pedro Salgado Baptista Coelho e 2TEN FZ RN Raul Eugénio Dias da Cunha e Silva.
 

 

Manuel Lema Santos
8.º CEORN


Fontes:

Publicado na Revista n.º 11 da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Revista da Armada; Museu de Marinha.
 

 
 
Galeria de fotos:
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André Pires Rodrigues

 


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