Vinte cadetes eram da classe de Marinha,
quatro da classe de Saúde Naval, cinco da classe dos Engenheiros
Maquinistas Navais e sete da classe de Administração Naval.
Como Director de Instrução, o CTEN
Horácio José da Silva Oliveira.
Na escola Naval, no Grupo 2 em Vila
Franca de Xira, no Hospital de Marinha e em diversas Unidades e
Serviços da Armada, foram completando a sua formação, terminando com
a viagem de instrução a bordo da Fragata “Pero Escobar”, então
comandada pelo CFR António José de Barros Vieira Coelho.
Foi no dia 20 de Março de 1961 que este
navio largou de Lisboa para um total de 27 dias fora da Barra,
escalando os portos do Funchal, Mindelo em S. Vicente de Cabo Verde, Ferrol del Caudilho em Espanha, Leixões e
entrando de novo em Lisboa no dia 15 de Abril desse ano.
Seguiu-se a cerimónia do Juramento de
Bandeira, na Escola Naval, no dia 20 de Abril e a consequente
promoção a Aspirante a partir de 1 de Maio.
O “Prémio Reserva Naval” para o aluno
melhor classificado no conjunto da média de frequência escolar e da
classificação de carácter militar foi atribuído ao cadete médico RN
João Borges de Oliveira.
O primeiro contacto com as Unidades após a promoção a
Aspirante fez-se com os destacamentos de Armando Peres, Frederico
Blanc de Sousa, Pedro Norton dos Reis, Duarte Moura, António Sutil
Roque e Alexandre Vaz Pinto para a Flotilha de Escoltas Oceânicos;
de Carlos Rodrigues de Campos e António Viveiros para a Fragata
“Diogo Cão”, de José da Silva Máximo e João Parreira Rocha para
a Fragata “Corte Real”; de Arménio Gomes para o
Contra-Torpedeiro “Lima”; de Alberto Neves Cordeiro e João
Guimarães Assédio para o Patrulha “Madeira”; de Rui da Silva
Pires para o Patrulha “Santiago”; de Fernando da Silva
Ferreira para o Patrulha “Sal”; de Pedro Pina Ribeiro para o
Patrulha “Porto Santo”; de Carlos Alves dos Reis para o
Patrulha “Brava”; de João Estarreja para o Patrulha “Fogo”;
de Fernando Marques Antunes, Mário Sousa e Silva e Hélder
Brígido Martins para o Patrulha “Maio” e de João Texugo de
Sousa para o Patrulha “Santa Luzia”.
Também os Draga-Minas receberam os Aspirantes deste
curso. Jorge Mendes Pinto foi destacado para o “Graciosa”,
Joaquim Terenas para o “S. Roque”, Morgado Sequeira para o “Lajes”,
Pombo Rodrigues para o “Lagoa”, Renato Rodrigues para o “Santa
Cruz”, Manuel Ramos para o “Angra do Heroísmo”, Frederico
Villas-Boas para o “S. Pedro” e José Bacharel para o “Velas”.
A Flotilha de Draga-Minas recebeu João Borges
de Oliveira e Armando de Almeida, a Inspecção de Marinha
recebeu Arbués Moreira e Castro Fernandes. Finalmente António de
Almeida e Gomes Guardado passaram à
Direcção de Serviço de Administração Naval.
Estalara, entretanto, a guerrilha em
Angola, sendo visíveis sinais de perturbação na Guiné e em
Moçambique.
A Armada recebeu ao longo do ano de 1961
as primeiras lanchas da classe “Bellatrix”, idealizadas para
a fiscalização nos rios africanos.
Com estes navios deu-se início a uma
nova etapa da prestação de serviço dos oficiais da Reserva Naval, na
Marinha de Guerra. Na realidade e até 1975, ano do fim do Império
Ultramarino Português, estes navios foram quase ininterruptamente e
em exclusivo, comandados por oficiais RN.
Em Setembro de 1961, um grupo de 7
aspirantes do 3.º CEORN, da classe de Marinha, embarcou no NH “João
de Lisboa” a fim de receber treino intensivo de navegação
costeira, preparando o seu destacamento para a Guiné e para Angola.
Deste grupo e através da Portaria de 22
de Setembro, publicada na Ordem do Dia à Armada n.º 191 de 2-10-61,
Armando Fernandes Peres, Joaquim Madeira Terenas e Fernando da Silva
Ferreira, foram nomeados, respectivamente, comandantes das LFP’s
“Deneb”, “Canopus” e “Bellatrix”, atribuídas à
Esquadrilha de Lanchas de Fiscalização da Guiné, enquanto Alberto
Neves Cordeiro, Rui da Silva Pires e Pedro Norton dos Reis assumiam,
respectivamente, o comando das LFP’s “Fomalhaut”, “Espiga” e
Pollux”, da Esquadrilha de Lanchas de Fiscalização do Zaire.
Foram, na História da Reserva Naval, os
primeiros oficiais a exercerem o comando de navios operacionais.
Deste grupo, Neves Cordeiro, Silva Pires
e Norton dos Reis, tornar-se-iam, no final da sua comissão em
Angola, em Abril de 1963, nos primeiros RN’s a quem foi concedida a
Medalha de Mérito Militar de 3.ª classe, cuja atribuição, por
Portaria Ministerial, foi publicada na Ordem da Direcção do Serviço
do Pessoal n.º 17, de 24 de Janeiro de 1964.
Outros oficiais deste 3.º CEORN efectuaram igualmente
comissões em África. Para Cabo Verde, na guarnição do patrulha
“Fogo”, seguiu João António Estarreja; Pombo Rodrigues integrou
a guarnição do Contra-Torpedeiro “Vouga” em serviço na Guiné
e em Angola, Frederico Blanc de Sousa pertenceu ao patrulha “Santiago”
e Fernando Marques Antunes ao patrulha “Príncipe”.
Alteradas entretanto, as condições de
prestação do serviço na Armada para os oficiais da Reserva Naval,
foi determinado que após a promoção a Aspirante o período de
permanência passaria para 24 meses, resultante da cada vez maior
necessidade de preenchimento de posições e do cumprimento de tarefas
em África.
O 3.º CEORN, na rota traçada pelos
cursos que o antecederam, constitui uma exemplar referência para a
História da Reserva Naval, assumindo pela primeira vez novas
responsabilidades, inclusivamente de comando de Unidades
Operacionais em teatro de guerra, fazendo igualmente parte de
guarnições de navios tão diversos, como Fragatas, Patrulhas,
Contra-Torpedeiros, Lanchas de Fiscalização e Draga-Minas, exercendo
nestes últimos, por períodos longos, funções de comando.
Nas unidades em terra ou a navegar, os
integrantes das classes de Marinha, de Saúde Naval, dos Engenheiros
Maquinistas Navais ou de Administração, prestaram um importante
contributo à Armada e legaram à Reserva Naval, um valioso espólio
para a sua História.
Para aqueles que já partiram e de quem
nos ficou a recordação das suas qualidades humanas, uma chamada de
saudade e a certeza da sua presença em cada novo reencontro.