"O Anuário da Reserva Naval 1958-1975" Inicia-se com uma dedicatória à Marinha de Guerra Portuguesa. Um "Prefácio" pelo Almirante A. C. Fuzeta da Ponte, ao tempo Chefe do Estado-Maior da Armada, e uma pequena "Introdução", sucedem-se ao interessante texto: ..."A ABRIR Desde 1958 que a Marinha Portuguesa tem regularmente admitido nas suas fileiras indivíduos que, frequentando ou tendo frequentado cursos superiores tecnicamente adequados aos serviços e especialidades da Armada, nela vieram a prestar serviço como Oficiais da Reserva Naval. Essa regularidade apenas teve o ano de 1975 como excepção. Esse ano separa, assim, dois períodos distintos no que respeita às condições de incorporação e à natureza da prestação de serviço dos Oficiais da Reserva Naval. Até 1975, as missões da Marinha estendiam-se por um vasto espaço geográfico e o País confrontava-se com uma situação de guerra nos seus territórios ultramarinos da Guiné, Angola e Moçambique e de especial vigilância em Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe. Por isso, para além da habitual presença em Macau e Timor, a Marinha mantinha uma activa participação nas operações militares, designadamente nas suas componentes operacionais e logísticas, já que os referidos territórios tinham uma importante e extensa fronteira marítima. A carência de Oficiais aumentara substancialmente e foi na Reserva Naval que a Marinha encontrou a solução que melhor se adequou às suas necessidades específicas em pessoal qualificado. Os Oficiais da Reserva Naval ombrearam então com os do Quadro Permanente no desempenho de cargos e missões da mais alta responsabilidade militar, na maioria das vezes em situações desconfortáveis, complexas e de elevado risco. Daí resultou um intenso convívio, um são companheirismo entre homens de formação muito diversa e um mútuo enriquecimento cultural, técnico-profissional e até político, que tantas vezes perdurou no tempo e que, no plano dos princípios, continua a inspirar referências e, inclusive, a ocupar um destacado lugar no imaginário de muitos Oficiais da Armada. A partir de 1976, os Cursos de Formação de Oficiais da Reserva Naval foram naturalmente adaptados às novas necessidades e missões da Marinha. A situação do País e os contextos geopolítico e geoestratégico de actuação da Armada tinham-se alterado radicalmente. A Reserva Naval, num quadro militar-naval bem diverso daquele que vigorara até 1974, adquiriu características diferentes, tendo sido orientada para a satisfação de outras necessidades e para o cumprimento de outras tarefas. Foram, portanto, dois períodos distintos aqueles que caracterizaram a Reserva Naval, desde a sua criação até a actualidade, de resto naturalmente coincidentes com dois períodos, igualmente distintos, da nossa história contemporânea. Este ANUÁRIO DA RESERVA NAVAL foi coligido com base na experiência e na vivência pessoal dos seus autores, Oficiais do Quadro Permanente, incidindo apenas sobre o primeiro dos referidos períodos, isto é, aquele que decorreu entre 1958 e 1975. Este período corresponde ao da realização de 25 Cursos de Formação de Oficiais da Reserva Naval, levados a efeito na Escola Naval e completados noutras escolas e unidades da Armada, durante os quais foram preparados 1712 Oficiais que serviram a Marinha numa conturbada fase da nossa vida colectiva. Muitos desse Oficiais comandaram Navios da República Portuguesa nas águas do Atlântico e do Índico, navegaram no remoto Lago Niassa e na complexa teia fluvial que são os rios da Guiné, venceram as correntes do rio Zaire e suportaram as tormentosas monções do Canal de Moçambique, não tendo estado ausentes de importantes operações navais levadas a efeito noutras áreas. Muitos, também, palmilharam grandes extensões das chanas, bolanhas e matas africanas com os seus Destacamentos e Companhias de Fuzileiros, actuando nas mais adversas condições e suportando constantes flagelações e terríveis emboscadas conduzidas por experientes e bem armados guerrilheiros. No mar ou em terra, frequentemente afastados dos seus interesse mais directos e até isolados em longas comissões, os Oficiais da Reserva Naval integraram-se na melhor e mais viva das nossas tradições navais, dominado dificuldades, contigências e mesmo adversidades, nos teatros de guerra africanos. Mas nem só a vertente operacional, designadamente nos cenários ultramarinos, ocupou e distinguiu estes Oficiais. A sua elevada preparação técnica e académica traduziu-se num enriquecimento global da Marinha, com especial destaque para as áreas do ensino, da investigação e da gestão, onde o seu contributo em termos de conhecimento e inovação foi relevante e justamente reconhecido. A passagem dos Oficiais da Rserva Naval pela Marinha constituiu um significativo acréscimo técnico, cultural e humano para a instituição naval e para os seus membros, mas seguramente que constituiu também uma acrescentada valorização daqueles que, embora transitoriamente, vestiram a farda do botão de âncora. Este ANUÁRIO DA RESERVA NAVAL pretende reavivar na memória de cada um dos 1712 Oficiais que nele constam, a sua aventura marinheira e, evocar no seio da própria Marinha, a enriquecedora experiência do privilegiado convívio que com eles houve em tantos mares, rios, navios, quartéis, gabinetes e escolas. Aos quantos, felizmente poucos, que já não podem ler este modesto trabalho, prestamos a nossa sincera homenagem, relembrando particularmente um companheiro e amigo: Adelino Amaro da Costa, 2.º Tenente RN e antigo Ministro da Defesa Nacional. Os Autores..." In "Anuário da Reserva Naval 1958-1975" Ficha Técnica: • Autor/Edição: A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado • Local/Ano de Publicação: Lisboa, 1992 • Tiragem: 2.000 exs • Depósito Legal: 53275/92 • ISBN 972-759-0-8 Índice Parte I - A Reserva Naval • Criação e Evolução Regulamentar • Breve Análise dos CFORN • Depoimentos • 1958-1975 Parte II - Os 1712 Oficiais da reserva Naval Parte III - Informações Adicionais • Síntese da principal legislação relativa à Reserva Naval • Directiva para o funcionamento dos cursos de formação de oficiais da reserva naval de 1966 e para a prestação de serviço dos reservistas que frequentarem esses cursos • Comandantes da Escola Naval entre 1958 e 1975 • Directores dos CFORN (de acordo com o art.º 6 da Portaria n.º 16.714 de 27.5.58 • Directores dos CFORN (de acordo com a Portaria n.º 64/73 de 1.2.73) • Curriculum escolar-padrão dos CFORN • O prémio "Reserva Naval" • Navios da Armada Portuguesa em 31 de Dezembro de 1973 • Oficiais RN que ingressaram no QP dos Oficiais da Armada • Oficiais RN licenciados por invalidez resultante de acções em campanha • Oficiais RN falecidos durante a sua prestação de serviço • Siglas e abreviaturas utilizadas Preço: 10,00 € (acrescido de portes de correio se for o meio de entrega) |